LEIA A CRÔNICA ABAIXO:
TITIA EM APUROS
Minha tia Valda, uma robusta senhora de 68 anos,
gostou de uma camisa polo que viu na vitrine de uma loja de artigos masculinos.
Entrou e pediu para experimentar.
- Infelizmente não temos o seu tamanho nessa cor – respondeu
o vendedor, solícito.
Tia Valda mal iniciou a ação de bater em retirada,
e o vendedor logo despejou um monte de camisas à sua frente.
- Temos essa verde...essa lilás...essa que chegou
agora , cor telha, é a última novidade – foi dizendo o vendedor, abrindo as
camisas diante de titia. – A senhora deve ficar muito bem de lilás.
Tia Valda preferiu a preta. Pegou a camisa e viu a
letra P na etiqueta. Perguntou se não tinha M. Não tinha, mas para não perder a
comissão, o vendedor preferiu dizer que P era tamanho da titia. Qualquer vesgo
verificaria que tia Valda, com seu corpo de halterofilista búlgara, não caberia
dentro daquela camisa. O vendedor, porém, veio com a conversa que o fabricante
fazia números maiores e coisa e tal. Titia acreditou e se enfiou no cubículo de
experimentar roupas, que só não se confunde com uma solitária porque há uma
cortina no lugar de grades. Vestiu a camisa, constatou que o P significava P
mesmo e, no momento de retirá-la, ela ficou presa no meio do caminho, cobrindo
a cabeça de titia.
Tia Valda ainda insistiu, debatendo-se entre as
paredes do cubículo, mas a camisa encalhara como um navio num banco de areia.
Braços erguidos, rosto coberto, titia começou a sentir calor, falta de ar e foi
entrando em pânico. Para não sair da cabine às cegas, feito um boi-bumbá,
resolveu gritar. Mas gritar o quê? Nunca tinha estado numa situação dessas. O
que gritar quando se luta desesperadamente com uma camisa? Sem se lembrar de
nada em especial, encheu os pulmões e berrou:
- Socorro! Socorro!
Era de ver: a loja inteira se despencou na direção
da cabine, vendedores, fregueses, até a moça do caixa foi atrás.
- Momentinho – pediu o vendedor -, fique calma que
nós vamos ajudá-la.
Ele tentou puxar a camisa, mas a essa altura tia
Valda tinha o corpo empapado de suor e a
camisa resistia mais do que um burro empacado.
- Eu puxo aqui e você puxa daí – disse o gerente.
Depois de muito esforço, a camisa acabou sendo
rasgada, para alívio de tia Valda, que arfava como se tivesse passado todo esse
tempo debaixo d’água. Ela agradeceu os aplausos e voltou à cabine para se
recompor. No momento em que abotoava a blusa, viu um braço varando a cortina do
cubículo. Era o vendedor, entregando-lhe uma camisa e dizendo:
- A senhora não gostaria de experimentar este outro
modelo?
Carlos Eduardo
Novaes. A cadeira do dentista e outras
crônicas. 7.ed. São Paulo: Ática, 2001. P.18-21.
RESPONDA AS QUESTÕES SOBRE A CRÔNICA “TITIA EM
APUROS” em folha separada:
1-
Por que o vendedor insiste para que a personagem
tia Valda experimente a camisa P?
2-
Selecione do texto e escreva três comparações
feitas pelo narrador que dão um toque de humor no texto.
3-
Selecione duas expressões que indiquem que o
autor utilizou uma linguagem coloquial.
4-
Apesar do humor, é possível perceber uma crítica
na crônica. Que crítica é essa?
5-
Por que o final da crônica é inesperado?
6-
Você vai escrever uma crônica de humor. Siga as
instruções abaixo:
a-
Um ponto de partida pode ser a lembrança de
algum fato engraçado que ocorreu com você ou com outra pessoa. A partir desse
acontecimento, invente outros relacionados a ele.
b-
Crie duas ou mais personagens que farão parte da
sua crônica.
c-
Descreva o lugar onde aconteceram os fatos.
d-
Pense no foco narrativo: 1ª pessoa (eu) ou 3ª
pessoa (ele)
e-
O final deve ser algo engraçado ou inesperado.
tenho que fazer trabalho sobre isso da escola isaac newton
ResponderExcluirPreciso das respostas
ResponderExcluirEu queria as respostas!
ResponderExcluirSelecione uma expressão que comprova que o narrador usou linguagem informal
ExcluirEsse texto é informal ou formal
ResponderExcluirMeu pal
Excluirobviamente informal
ExcluirQual a resposta da 5?
ResponderExcluirsua mae aquela gorda
ExcluirCALMA *-*
ExcluirKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Qual é a resposta da 1
ResponderExcluir1) Para não perder a comissão.
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